Deu no jornal
BR-319: sem licença ambiental
A princípio irritado com Carlos Minc por causa da falta da licença ambiental, o presidente Lula acabou por aceitar os argumentos de seu ministro do Meio Ambiente de que a liberação para a pavimentação da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, só deve ocorrer depois que o Ministério dos Transportes instalar em um trecho de cerca de 240 quilômetros postos de vigilância e áreas de proteção ambiental. De acordo com informação de assessores de Lula, ele foi convencido por Minc de que, apesar de a estrada ter sido aberta no início dos anos 70, a realidade hoje é diferente. Corre-se o risco de o asfaltamento da estrada causar uma tragédia ambiental, virando o que os ambientalistas chamam de "espinha de peixe" – OESP, 12/8, Vida, p.A20.
Conhecedor da região, sei o quão importante é impedir que a esta estrada seja recuperada e asfaltada sem controlar os homens-saúva, aquela espécie que vive normalmente na região amazônica e só pensa em destruir. O que já foi devastado neste país pela abertura irresponsável de estradas é um horror. Esta estrada margeia o Rio Madeira, e em qualquer país civilizado e/ou com administração sensata, a opção óbvia seria usar o rio ao invés de construir uma estrada de altíssima manutenção. O transporte fluvial sempre é mais ecológico: gasta menos em infra-estrutura, destrói menos o meio ambiente e custa muito menos o frete. Se deixar correr solto os paranaenses vão lá e cortam tudo. Digo isso porque a maioria dos madeireiros que conheci no Mato Grosso, Rondônia e Pará eram oriundos do Paraná.
Na foto, tirada há 24 anos atrás, em 1985, Minc e este escriba mucho loco, quando ambos militavam no Partido Verde do Rio de Janeiro. Ele era deputado estadual, no primeiro de seus muitos mandatos. Não é fácil encontrar políticos honestos, competentes e coerentes, mas que os há, há!
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